Pós-pandemia “verde”: o que o projeto europeu de recuperação sustentável tem a nos ensinar

 

A pauta da sustentabilidade nos negócios nunca esteve fora de discussão, mas o novo coronavírus tem tornado ainda mais fundamental projetar uma pós-pandemia em que economia e natureza andem lado a lado. Vamos falar sobre isso?

 

Apesar das trágicas consequências da pandemia, com centenas de milhares de mortos em todo o planeta, as medidas de isolamento social nos fazem enxergar, cada vez mais, como a ação do homem em nome da economia é predatória em relação à natureza. Há relatos de cidades com índice de poluição do ar abaixo do normal e animais que retornam ao seu habitat natural, resinificando a beleza de cartões postais mundiais como o canal de Veneza, na castigada Itália.       

E é com base nesse novo cenário que representantes políticos, diretores de empresas, sindicatos e ONGs formaram a Aliança Europeia para Recuperação Verde, uma iniciativa que propõe à União Europeia uma retomada sustentável no pós-pandemia de Covid-19. A proposta deste post é debater até que ponto o momento de restabelecer caminhos econômicos é também uma oportunidade de evoluir na questão da sustentabilidade. Continue lendo! 

Que exemplos de negócios preocupados com a sustentabilidade o mundo já tem? 

Para a aliança, a transformação em direção a uma economia verde deixou de ser um caminho que tenha de ser iniciado do zero neste momento, uma vez que, na última década, o mundo experimentou avanços importantes. Ou seja, o desencadeamento de um novo modelo econômico europeu que gire em torno de princípios ecológicos já deixou de ser uma utopia, e não é mais segredo que a Europa prefere, hoje, negociar importações com países que adotaram práticas sustentáveis.   

5 Exemplos de negócios sustentáveis ao redor do mundo:  

Para mostrar que os europeus estão no melhor caminho, podemos citar como exemplos de economia sustentável no prisma dos negócios:

  • Finlândia: nos últimos anos, a Finlândia vinha deixando de importar produtos da China, optando por países que oferecem produtos oriundos de práticas sustentáveis. A economia finlandesa era totalmente baseada na indústria papeleira, o que, obviamente, gerava muitos resíduos, sem contar a poluição de lagos e rios. A solução veio naturalmente em função da pressão sobre as empresas, que mudaram suas práticas sob a condição de perderem o mercado. Hoje, os finlandeses têm plena noção de que lixo é dinheiro, e que resíduos podem e devem se transformar em matéria-prima reciclada para novos produtos.
  • Dinamarca: segundo levantamento da revista Forbes com as 100 empresas mais sustentáveis do mundo em 2019, o topo do ranking é ocupado pela Chr. Hansen Holding, empresa dinamarquesa de biociência que dedica mais de 80% da sua receita para o desenvolvimento de soluções naturais de preservação de alimentos como iogurte e leite, protegendo as plantações com o uso de bactérias naturais no lugar dos nocivos pesticidas.
  • França: no segundo lugar do mesmo ranking, temos a Kering SA, empresa da França  reconhecida mundialmente pelas grifes Gucci, Yves Saint Laurent e Alexander McQueen, entre tantas outras. A Kering informou que passou a utilizar mais de 40% de matéria-prima proveniente de fontes sustentáveis certificadas – e demonstra uma busca incessante de estratégias que possam aumentar esse índice. 
  • Estados Unidos: mesmo nos Estados Unidos, país mundialmente reconhecido pela intolerância a tratados diversos relacionados a questões ambientais, há um despertar de consciência (pelo menos da parte dos consumidores). Pesquisa realizada pelo NYU Stern’s Center for Sustainable Business em 2019, feita a partir da análise de dados do IRI, um instituto de pesquisa de mercado americano, concluiu que, entre 2013 e 2018, cerca de 50% do crescimento de vendas de bens não-duráveis nos Estados Unidos teve origem em produtos com o selo da sustentabilidade. Um forte indício de que ser sustentável não é apenas bom para a imagem das marcas, é imprescindível para a sobrevivência delas dentro do mercado.
  • Brasil: as queimadas da Floresta Amazônica foram destaque da mídia mundial em 2019. O que muita gente não sabe é que há, sim, empreendedores preocupados com a sustentabilidade daquela que é conhecida como “pulmão do mundo” – embora esta não seja uma colocação cientificamente correta. O segmento de moda, que desponta no ranking como segundo maior poluente do nosso planeta, também está em expansão na Amazônia, porém, com um toque de sustentabilidade. Há prioridade para projetos que utilizam fibras naturais e biodegradáveis na confecção de peças em vez de fibras sintéticas advindas da monocultura do algodão. Justamente pelo viés diferenciado na sustentabilidade, os novos empreendimentos da região amazônica chamam a atenção dos mercados externos, o que, sem dúvida, é de extrema valia para a economia local. 

Que tipos de benefícios econômicos uma pós-pandemia sustentável pode trazer? 

Além dos notórios benefícios humanos – ou seja, redução da poluição, maior disponibilidade de recursos naturais, menor taxa de doenças socioambientais, entre outros – a atuação dos trendsetters nos empreendimentos sustentáveis acaba escancarando as portas da importação por parte dos países europeus que, como já citamos aqui, demonstram extrema preocupação com o meio-ambiente. 

Internamente, pode-se dizer que a consciência socioambiental expressada em ações, campanhas e branding é praticamente um pré-requisito para empresas que querem enfrentar de igual para igual a acirrada concorrência no mercado atual. O consumidor de hoje está bem mais atento às consequências de seus atos – e portanto, menos predisposto a gastar o seu dinheiro com produtos danosos ao meio-ambiente. 

Perspectivas para a pós-pandemia verde brasileira 

Porém, vale destacar que a promoção da economia verde – conciliando desenvolvimento, meio ambiente e redução da pobreza – depende de uma ação orquestrada que vai além das empresas, pois envolve, também, governos e sociedade civil. É um esforço conjunto que necessita do mesmo despertar de consciência que os europeus tiveram ao criarem a Aliança Europeia para Recuperação Verde. Será que conseguiremos colocar tudo isso em prática na pós-pandemia verde brasileira?  

Bem, vamos chegando ao fim do nosso post, mas antes vamos lançar o desafio: o que você acha de começar hoje mesmo o mapeamento de todas as possibilidades sustentáveis do seu empreendimento?  Esperamos que os insights aqui listados sirvam de inspiração para o negócio, mas é sempre desejável contar, também, com a ajuda de uma agência com expertise em comunicação socioambiental, além de estratégias que possam agregar valor a sua empresa, como a Partners. Conheça, hoje mesmo, os benefícios do conceito de Comunicação Pro Business e lembre-se: tudo isso vai passar!

 

 

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