A tecnologia 5G já é protagonista nos debates sobre telecomunicações. Dois mil e vinte é um ano decisivo para a regulamentação da tecnologia no Brasil. As operadoras de telefonia já se movimentam para fazer testes e preparar a implementação da novidade. Mas, antes disso, burocracias importantes precisam ser resolvidas; e a tendência é que isso ainda demore mais do que o esperado para acontecer.
O vice-presidente da Anatel, Emmanoel Campelo, anunciou que o leilão do 5G pode ser adiado para o segundo semestre de 2021. Neste post, você entenderá sobre o que está em discussão para que a tecnologia se torne realidade no país e o que é esperado a partir de sua aplicação.
Impasses nas licitações e divisão entre as operadoras
O leilão de frequências para o 5G já passou por diversos problemas. Adiamentos por problemas com o edital, testes no funcionamento do serviço e, claro, a pandemia da Covid-19 foram empecilhos para que a questão avançasse no país. A Anatel vislumbra a aprovação do edital apenas para o primeiro semestre de 2021. Após esse processo, ainda será necessária a aprovação pelo Tribunal de Contas da União (TCU).
A divisão do espectro entre as operadoras é um dos principais alvos de discussão, que é importante porque, sem o leilão do espaço de espectro, ainda não será possível usar todo o potencial do 5G. As conexões ainda serão compartilhadas com gerações de telefone anteriores, como o 4G e o 3G.
A previsão inicial da Anatel era uma repartição de quatro blocos de 100Mhz cada, na faixa de 3,5Ghz, o que disponibilizaria para as operadoras um total de 400MHz. Mas, no momento, a agência trabalha com valores diferentes: cinco blocos de 80Mhz cada, o que evitaria um aumento nas frequências utilizadas pelos satélites.
As operadoras também sonham com números diferentes na divisão do espectro. Elas defendem o 5G com, pelo menos, 100MHz de capacidade para cada uma.
E o que muda com o 5G?
A chegada da quinta geração da telefonia móvel já exige uma importante alteração. O smartphone precisa ser compatível com o 5G, o que obrigará trocas de aparelho para utilizar a nova tecnologia. Ainda são poucos os modelos compatíveis com o 5G disponíveis no mercado.
Um dos benefícios do 5G mais aguardados é a melhoria na velocidade da conexão. Atividades de entretenimento, como games on-line, filmes por streaming, compras pela internet, trabalho, home office e atendimento virtual serão otimizadas, bem como ganharão mais eficiência com o uso dos dados móveis.
Também se espera que o 5G acelere a evolução da tão falada Internet das Coisas (IoT). A possibilidade de conectar à internet os mais diversos dispositivos e aparelhos é vista como um ponto fundamental para uma nova revolução tecnológica. Áreas como a medicina e mobilidade urbana podem ter o avanço facilitado por uma conexão mais veloz e eficiente.
A capacidade inovadora e revolucionária da quinta geração de internet também pode provocar um impacto enorme na economia. Apurado pela Istoé Dinheiro, um estudo realizado pela finlandesa e especialista em telecomunicações e tecnologia Nokia e da consultoria e pesquisa Omdia revelou que a expectativa de impacto do 5G nos cofres do Brasil é de US$ 1,2 trilhão entre 2021 e 2035.