ARTIGO: A era 4.0 e as transformações na comunicação interna

A revolução 4.0, presente nos mercados, comportamentos e gestão de diversas empresas nos últimos anos, chegou com mais força em 2019. Com tantas transformações, a comunicação também precisou se adaptar a essa nova era, inclusive a destinada ao público interno. Ferramentas e canais de diálogo com os colaboradores ganharam novos formatos, objetivos, processos e, portanto, resultados.

Com as mudanças promovidas nesse contexto, três características essenciais para o relacionamento com os colaboradores ganharam destaque: a curadoria de conteúdo, a experiência do colaborador e a mensuração de resultados.

A primeira, faz a gestão de informações que permeiam a organização.

A segunda, trabalha a experiência do colaborador, para que eles se identifiquem com a empresa e se sintam confortáveis em fazer parte dela; e a terceira trata da mensuração de resultados.

Afinal, não adianta apenas investir em novos modelos dentro da instituição, é preciso identificar resultados e compartilhá-los com as lideranças e os demais colaboradores.

Ser curador dos conteúdos é realizar a transformação de uma quantidade massiva de informações em algo que possa fazer sentido para os colaboradores.

Afinal, a cada 60 segundos, 168 milhões de e-mails são enviados no mundo todo, 600 vídeos são postados no Youtube, e 1500 textos são publicados em blogs, segundo informações da Go-Globe, de 2017.

Outro ponto que torna a curadoria ainda mais relevante é o fato de que o conteúdo não pode simplesmente ser “encaminhado” para os colaboradores sem que haja uma contextualização.

É necessário que o empregado entenda a relevância do material fornecido e qual a relação dele com os produtos e serviços fornecidos pela empresa.

Ainda no contexto da comunicação interna 4.0, a segunda característica é promover experiências humanas e, para que isso aconteça, é preciso conectar ainda mais as pessoas, para que elas possam contribuir com as transformações necessárias. Nesse sentido, o colaborador deve ser incentivado a criar, opinar e a “mostrar seu trabalho”.

Todos passam a ter voz, a participarem da gestão e a se sentirem parte do negócio, importantes e alinhados aos propósitos da empresa.

Organizações que conseguem envolver seus funcionários neste processo têm equipes mais colaborativas e, consequentemente, se tornam mais lucrativas.

Um estudo realizado pela consultoria Aon Hewitt, por exemplo, concluiu que o engajamento está relacionado com a produtividade: organizações que contam com um alto nível de engajamento são 78% mais produtivas e 48% mais rentáveis.

É preciso também mensurar o quão transformador está sendo o processo de comunicação para todos na empresa. É por meio dos números, algoritmos e resultados concretos que será possível definir a próxima estratégia para a comunicação corporativa.

As empresas que acreditam e investem nisso, que acompanham as novidades trazidas pela indústria 4.0 e que envolvem seus colaboradores nos processos internos da organização, tendem a se manter mais competitivas nesse mercado tecnológico. Nesse ponto, a comunicação interna passa a ser estratégica nas corporações, deixando de ser apenas informativa, mas buscando, principalmente, tornar as equipes mais eficientes, engajadas e produtivas.

Dino Bastos, vice-presidente da Partners
Comunicação Integrada
*Publicado no Jornal O Tempo em 24/03/2019

 

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