Num mundo onde estar fora das redes sociais é o mesmo que ser invisível, palavras como “interagir” e “comunicar” ganharam um novo peso. Pessoas e empresas tentam encontrar seus caminhos, ampliar a visibilidade ou simplesmente se resguardar em meio à avalanche de conexões. E cada vez fica mais claro, principalmente para as organizações, que agir estrategicamente nas redes é fundamental para existir.
Mas o simples fato de estar nas redes basta? Posso adotar as mesmas estratégias das empresas de maior engajamento? Há uma fórmula de sucesso? A resposta é não. A dica de ouro é ter em mente o propósito da sua marca e adaptar as experiências de outras empresas de acordo com o que é verdade para a sua realidade e seu público.
Listamos as 10 empresas que se tornaram as maiores referências em redes sociais do Brasil. Veja o que elas têm feito e inspire-se!
1 – Ações que vão das redes para o dia a dia
O Itaú incorporou de vez o digital em suas ações e foi além. O banco não só oferece soluções e serviços no ambiente web, como atua em diversas frentes nesse meio. Assim, consegue levar para o dia a dia das pessoas a cultura do digital, a essência do compartilhamento e a ideia da inovação com sustentabilidade.
As redes sociais, claro, acompanham a mesma linha e reforçam a imagem do slogan Feito para você. Os posts não tratam diretamente dos produtos da empresa, mas mostram iniciativas do Itaú que o tornam um facilitador para a vida. Paralelo a isso, o banco deixa claro que entende as demandas e angústias da população: transporte sustentável, arte, melhor aproveitamento do tempo, incentivo a startups etc.
2 – Mensagens alinhadas com atitudes
O foco da fanpage da Nestlé é estilo de vida. A empresa traz posts leves e tem como principal bandeira a sustentabilidade. As mensagens mostram que a “pegada” ambiental não está apenas nas redes, mas também nas iniciativas da Nestlé, reforçando que a cultura sustentável realmente faz sentido dentro da organização. Um exemplo são as ações do Pets at Work, dia em que os funcionários levam seus animais de estimação para o trabalho.
A empresa até divulga seus produtos, que têm boa aceitação do público. Mas eles não aparecem em posts “vendedores”, somente em vídeos e composições divertidas, aproveitando as datas e os assuntos do momento.
3 – Conhecer o cliente e analisar comportamentos
A Netshoes é varejo e ponto. No entanto, mesmo nesse segmento, é possível engajar. Focada em oferecer uma boa experiência de consumo ao cliente, a empresa prioriza a análise de dados e o relacionamento. A maioria dos posts é sobre produtos, e a forma de abordá-los vai da venda direta ao uso da imagem para falar sobre um lugar ou evento esportivo.
O ponto forte da Netshoes, entretanto, é o SAC e o esforço da empresa para mostrar a cada pessoa que o que ela procura está ali. Nesse sentido, a empresa se posiciona como uma facilitadora na hora das compras. E numa época em que sair para as compras já não é tão interessante quanto aproveitar o tempo livre para outras formas de lazer, a Netshoes coloca o consumidor a um clique do produto que ele precisa.
4 – Prioridade no relacionamento com o público
Nas redes sociais, a Magazine Luiza se materializa como Luiza. Esse personagem é quem conduz a página, que, apesar de ser do varejo, trabalha assuntos diversos, com certa didática. Relacionamento é o principal norteador da estratégia da empresa. Nas páginas, a conversa é frequente. Tanto na resposta aos comentários quanto nos textos dos posts, há sempre um interesse na opinião do outro.
E o relacionamento da loja com seu público não está somente no SAC, mas na linguagem e no tom que os conteúdos carregam. Inspirada na história da fundadora da loja, a personagem Luiza trata do empoderamento da mulher e se posiciona a favor das minorias. Um destaque são os posts que não contém imagem e nem mesmo link, somente textos. Dessa forma, a Magazine Luiza se mostra antenada ao tempo atual.
5 – Investimento em influenciadores digitais
Ainda no segmento de vendas e varejo, a Dafiti também chama a atenção nas redes. Como é comum entre as empresas de e-commerce, o grande destaque da loja no ambiente digital é no SAC, ou seja, no relacionamento com o público.
A Dafiti investe em posts de moda, mostrando looks, peças e itens que estão à venda no site. As imagens simulam os posts-conceito dos influencers (ou influenciadores digitais), comuns no Instagram. Assim, por meio dos canais digitais, a marca reforça suas vendas (levando o consumidor direto para a página de um produto irresistível) e se ainda apresenta como referência em tendências e moda.
6 – Respeito à cultura e aos hábitos locais
A Netflix é a empresa do momento. Nascida na internet e queridinha dos consumidores, tem forte presença nas redes sociais e se reforça cada vez mais como uma love brand por causa dessas ações. Nesses casos, relacionar-se com o público constantemente, quase em tempo real, é fundamental.
E não é qualquer tipo de relacionamento. Por ser uma empresa presente em diversos países, a Netflix investe em uma comunicação local, personalizada. No Brasil, a estratégia é um contato leve, descontraído, que simula a amizade. Por isso, a empresa responde e interage na primeira pessoa, humanizando a marca. A Netflix ainda abusa dos memes e não perde o timing dos acontecimentos, estando sempre em sintonia com o dia a dia da internet e do país.
7 – Multiplicação de defensores da marca
Popular e com uma ótima aceitação do público, a Coca-Cola investe em “conteúdo líquido” nas redes sociais, ou seja, conteúdos simples, que tratam de alguma ideia geral e são facilmente compartilhados. A pauta da empresa passa por estilo de vida, produtos, posts-conceito e posicionamento. Além disso, há um estímulo constante à interação do público com o conteúdo nos mais diversos canais, por meio de ações articuladas em crossmedia (ou cruzamento de mídias).
Nesse cenário, o relacionamento é, mais uma vez, peça-chave. E com ele, é construída a ideia de inspirar e criar um “mundo Coca-Cola”. O resultado? Seguidores fiéis, engajamento alto e uma multiplicação de defensores da marca.
8 – Foco total no marketing digital
O foco da marca é estilo de vida e vida saudável e urbana. Tais conceitos são destaques nas redes Adidas, que claramente vendem lifestyle. Apesar de focar em conceito, a empresa conta com um e-commerce, e é essa ligação com o varejo que torna ainda mais essencial ter um SAC atuante.
Recentemente, a empresa extinguiu a verba de marketing para TV e passou a investir tudo no digital, com a meta de quadruplicar a receita até 2020. A ideia é estar cada vez mais próxima dos jovens – público essencial para a marca. Mas estar fora da TV não significa o fim dos vídeos. Pelo contrário, a Adidas continua investindo em nomes famosos do esporte e em filmes que contam histórias emocionantes. A diferença é que eles podem ser maiores e têm as redes sociais como plataforma de divulgação.
9 – Posicionar-se sobre questões sociais e atuais
Com um público bastante variado, a Natura decidiu investir em marketing digital para estreitar a relação com um público específico: suas revendedoras. De cursos on-line a aplicativos que mostram onde há uma revenda mais próxima, as vertentes são várias e o objetivo é chegar a um número cada vez maior de revendedoras.
Além disso, a empresa usa seu produto como base para trabalhar temas como empoderamento feminino e aceitação do corpo, sempre em prol da autoestima das mulheres. Desse modo, a Natura consegue falar com públicos diversos, que estão conectados com as causas discutidas pela empresa.
10 – Utilização de recursos inclusivos
A Samsung trabalha seus produtos de tecnologia sob contextos variados, para atingir o público jovem. São filmes, gifs e imagens que mostram as funcionalidades de cada produto em situações descontraídas. Além de um investimento em SAC, a Samsung investe em conceito e entende que, nesse universo de produtos de alto custo, é preciso haver um valor agregado. Em outras palavras, o produto deve estar realmente associado a certo estilo de vida. Por isso, a marca aposta em posts e cenários de viagens, música, tecnologia e memes.
A empresa usa também a hashtag #PraCegoVer nas postagens da página – um recurso que permite que softwares de audiodescrição façam a leitura dos textos para pessoas com deficiência visual.